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GUENÁDI AIGUI
( 1934 – 2006 )
Gennadiy Nikolaevich Aygi, também transliterado como Guenádi Nikolaievitch Aigui (em russo: Геннадий Николаевич Айги, em chuvache: Геннадий Николаевич Айхи; 21 de agosto de 1934 - Moscou, 21 de fevereiro de 2006) foi um poeta e tradutor nascido na Chuváquia, na antiga União Soviética.
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É de nacionalidade tchvache, povo pouco numeroso da região do Volga.
Fez estudos literários superiores.
Trabalha no Museu-Biblioteca Nacional de Moscou.
Seus primeiros livros de poemas saíram língua tchuvache.
Atualmente escreve sobretudo em russo. Tem sido muito traduzido para ao polonês, o sérvio e o húngaro.
ANTOLOGIA RUSSA MODERNA. Traduções de Augusto e Haroldo de Campos com a revisão ou colaboração de Boris Schnaiderman. Apresentação, resumos biográficos e notas de Boris Schnaiderman. Rio de Janeiro: Editôra Civilização Brasileira S. A., 1968.. Desenho
de capa: Marius Lauritzen Bern. (Coleção POESIA HOJE, Série Antologias Volume 17. Direção de Moacyr Felix.
Ex. bibl. Antonio Miranda
Cassimir Maliévitch
“... e se erguem os campos para o céu de um cântico”
Onde o guardião do trabalho é apenas a imagem do Pai
não se introduziu o culto do círculo
e as tábuas nuas não pedem ícones
mas de longe — como um canto litúrgico
que desconhece desde agora o contracanto dos padrinhos
e se edifica — cidade —
imune aos períodos do tempo
assim naqueles anos outra vontade igual vigora,
e se escandia a si mesma —
cidade página — ferro — clareira — quadrado:
— simples como fogo sob cinzas consolando Vitirbsk 1
— sob um signo de enigma foi dado e tomado Vielimir 2
— como um final para a bíblia: corte, clímax, karma
— em tábuas por outros lavradas
— esboço de esquife branco
e — erguem-se — campos — para o céu
de cada um — eis
— um rumo
para cada — estrela
e bate a ponta de ferro dirigindo-a
sob uma aurora mendiga
e o círculo cumpriu-se: visto como do céu
um trabalho para se ver como do céu
1 Em 1918, Chagall foi nomeado diretor da Escola de Arte de
Vitiebsk, convidando depois Malevitch e Lisstzki como professores.
Em 1920, Malevitch fundou nesse cidade o grupo UNOVIS de
artistas suprematistas.
1962
Escanear imagem da p. 255...
sem título
uma rede de borboletas jamais vistas
mortas enquanto unidas —
e como que se amplia:
ela:
em sonho:
tu —
demasia de rubro e aparentando
nessa dor campesina
a unoexistência —
assembleia de flâmulas num campo
que dura longa e tudo oculta
e para sempre alumiada por searas
e pelo corpo do filho — eis — a mim
sempre me escolhes e iluminas o meu campo
onde para alguém foste fâmula
e acolhendo os estigmas — tu rede-envolvente
estás em manchas rubras
enquanto para ti me designam
1965
Nota do autor: “la pourpre de nos âmes” (Villon)
de novo: intervalos do sono
o que olha
sempre cessa:
dia ou mundo!
o único é
ininterrupto —
por sua face
a alma desliza?
:cinzas!
e a luz não se divisa
do que sempre olha! —
cinzas movediças:
fora da luz
desfolham-se
1966
sonho: caminho no campo
se quase não existes — para que
buscar um outro
que não consiste em corpo?...
que esperas do caminho? uma sombra
que encerra algo...
alimento inefável:
que ali também não há...
daquele que antes passa
não descobrirás
nem rastros...
1967
(Tradução de Haroldo de Campos e Boris Schanaiderman)
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